Fome Bruta

Fome Bruta é um projecto artístico sono-plástico da artista portuguesa Joana Moher, residente na Cataluha.

O seu trabalho inclui Som, Imagem, Biomateriais, Pintura, Vídeo, a Performance, a Ciência e a Escrita, desde prespectivas pessoais, caseiras, DIY-DIT, culturais e investigativas, abordando temas como o Feminismo, Sociedade, Género e Ecologia.


"Moher (...) es la fuerza tras Fome Bruta, un experimento sonoplástico multidisciplinar, brutal y doméstico que activa la escucha con ecorituales metabolizados en graba-ciones de campo y expresión plástica. Se documenta en hábitats silvestres, fronteras marítimas y cosmologías rurales e urbanas para, con ecos, materia, señales, ruidos, texturas e inter-ferencias, hacer paisajes especulativos lo-fi, con yuxtaposiciones y collages que descomponen tanto como transforman." [1]

Sonoplastia Gráfica

Desde 2017, a artista auto-editou e publicou 7 cassetes sonoplásticas, com o projecto FOME BRUTA.

Esta publicações são descritas pela artista como "Low - Trashy - HiFi - Concrete Field Recordings, Textures"[2]. São colagens e montagens sonoras oriundas de gravações de campo, em locais de ecocídio, opressão social e zonas de contacto. São cassetes gravadas de uma só vez. Cada gravação é um exercício de colagem único feito de "mash-ups" de gravações de campo, como um artefacto memorial psychonauta bruit, juntamente com arquivos gráficos ou zines. Ficheiros femme de fronteiras migratórias liminais, entre a ciência e a bruxaria, humanx e não-humanx, sentimento e não-sentimento.

"TALES OF LA LA HUMAN - ONE-TAKE-BRUIT FILES

Data-Action-Data [IM]Pulse Library Archive made of Properties of Matter n Concrete Color Textures. Just a Kniesthetic point out the finger and another unnecessary research about SONOPLASTIK HEART ATTACKS 'n' ABSTRACT TEXTURES feeding the nerve system.

CORE: Textures 'n' Sound as a Kinesthetic learning, or tactile learning which allows me to trigger a relational aesthetics and SYNESTHETIC experience towards chance and change.

PERCEPTION 'N' ERROR BLINDNESS.

AMBIGUITY BETWEEN DATA encoded in sound and light presented BY SEEING - SENSORY DOMINANCE .... it loses the UNCERTAINTY and the EMOTION related to not having a concrete image for that sound. IS SEEING BELIEVING?

My brain starts CONTROLLING THE DATA based on memories, DOMESTICATING the emotions and COLONIZING THE EXPERIENCE mine and of others WITH MEANINGS that proliferate thru a static language. That is... it becomes BLIND and loses the chance of learning something NEW. "[3]

"Eu colho paisagens sonoras concretas e texturas através de gravações de campo de habitats cibernéticos e cosmologias urbanas, para aprender cinestesicamente das fronteiras liminais cibernéticas e sistemas vivos migracionais. Com o objetivo de 'per capere tio': Vulnerabilidade e Transumanismo em sistemas não humanos e não humanismo em sistemas misoginistas humanos." [4]

Tapes:

INTIMACY OF VIOLENCE, 2017

BRUIT [IM​]​PULSE, 2017

AS FLORES DÃO-SE AOS PORCXS, 2018

A MATA BICHO, 2018

-SUX- , 2019

ANOXIC, 2020

"Intimate natural (hi)story for lost places - micro_habitats

Post-Human Noises metabolized into Com_Post

Fermenting microbiol symbiotic plasma pump noises - speculative sonic soil communities - hydrobodies - cannibalism - biophony_ geophony - anthropophony archaeology

biosphere-tecnosphere-metabolic traumashere - humus humain"

Fermentações, Biomaterais e Hidrocuerpxs (AOUCH.Lab)

AOUCH.Lab é uma experiência doméstica de transferência de aprendizagens e habilidades como processos coletivos - DIWO do-it-with-others - que explora desde 2013, texturas e técnicas ancestrais que contam historietas de ciência e ficção, evoluindo até aos biotexteis. Centrada em práticas exploratórias transdisciplinares e interspécie com materiais e contextos histórico-socio-ecológicos que revelam um saber-fazer, pulsando como processos encarnados para transformação e biodegradação[5].

"Na primavera de 2015, Joana Moher (AOUCH.Lab) começou a explorar intuitivamente as fermentações, como uma tentativa didática experimental de interseção entre ciência e alquimia, botânica e soberania alimentar, comprometida na busca de mareriais biodegradáveis e biomiméticos, quiçá kinestésicos, para uma nova incisão têxtil. O que à partida era apenas gerar uma matéria prima, com o passar do tempo transformou-se em preservar um jardim, cheio de relações simbióticas interspécie, entre humanos e criaturas não humanas, multidisciplinar..." [6]

Estas experiências com fibras microbianas evoluíram para uma oficina didática, em que a artista partilha as experiências e receitas para a "fabricação" de bio-materiais, que na verdade pode ser comparada ao cultivo de um jardim de relações simbióticas. Desde as fermentações, e particularmente, através da Kombucha, acompanham-se processos e práticas metabólicas, ecológicas e biomatéricas. Com estas práticas, os seres humanos, são afinal "simples colaboradorxs".

Glândulas Syntax

Glândulas Sintax é um coletivo simbiótico DIY-DIT, composto na sua primeira edição por 40 artistas, da Colombia, Equador, Argentina, Chile, Perú, Guiné, Francia, Italia, Espanha, Catalunha e Portugal, através de uma open call. Resultando de/em simbioses entre práticas sonoras e gráficas, discursivas e performativas, didáticas da aprendizagem e memória. Documentação e tradução, visual e gráfica, para contar histórias futuras. Este trabalho resultou na SALIVA SONOGRAPHIC ZINE #1, publicada na internet e é auto-editada fisicamente pelxs participantes. Foi também partilhada no programa "Uma Paciência Selvagem".

Esta zine, trata as temáticas da Saliva, Ecologias da Morte, Epidemiologias, Metabolismos e Alteridades Anatómic-as Interspécies, Botânica Digestiva e as Feridas da Techno-Esfera / Trauma-Esfera.

Autopoiesis DIY do grego - auto "próprio" e poiesis "criação" - é um termo criado na década de 1970 pelos biólogos e filósofos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana para designar a capacidade da matéria viva gerar sistemas autônomos, em constante autoprodução, autorregulação, em interações com seus contextos, desencadeando mutaçóes medulares à sua própria existencialização.

Simpoesis DIT do grego antigo σύν (sún, “juntxs”) e ποίησις (poíēsis, “criação, producção”), de que nos fala em 1998 por M. Beth Dempster, manifesta como a simbiosis entre essas autonomias em constante autoprodução feitas matérias vivas, são criadoras de grandes processos evolutivos.

Matéria viva: Saliva Zine foi criada colaborativamente apartir de uma call que possibilitou a simpoeosis DIT, entre várixs creadorxs e colectivas de multiples contextos ecológicos. Uma práctica colaborativa de uma experiência aestetica relacional que coloca em manifesto a necessidade de redefinir as configurações de produção-reprodução e imaginação baseadas na auto-gestão e simbiosis e não outras relações ecológicas.

Alimentação: Saliva Zine foi criada e editada desde a autopoiesis DIY. Descentralizada - cada credxr e colectiva que participou na fanzine pode r-produzir-la e (com)partir-la como micro-edição, mediante suas necessidades e fomes brutas.

Metabolismos: Invocámos as plasticidades dos metabolismos gráficos e sonoros de cada creadxr e colectiva - sonoplathos sonografico. Pois creemos que as memórias gráficas e sonoras, que a documentação e a tradução de investigações experimentais gráfico-discursivas e sono-performativas, são potencialmente vitais como matéria viva para processos colectivxs, activando a colaboração entre comunidades, contextos, acções e suas lutas, para um alter-futuro.

Linguas nomadas: desde Colombia, Equador, Argentina, Chile, Perú, Guiné, Francia, Italia, Espanha, Catalunha e Portugal. Decidimos mastigar-nos a nós mesmxs, abocanhar as fronteiras e cuspir-las, tudo para novas genesis pessoais. [7]

A introdução da Zine contém um artigo de Jorge Diaz, biólogx transfeminista, acerca da Saliva, e das suas potencialidades para curar feridas.

"Es importante trabajar por romper esa férrea pared que existe entre los científicxs y la ciudadanía. Es necesario cambiar la idea que la ciencia es un mundo de sujetos alienados interesados en situaciones ultracomplejas que, en definitiva, sólo importan a un núcleo de personas que se comunican entre ellxs y donde quienes no poseen los conocimientos para dialogar, no son considerados como interlocutores válidos. Pero tengo que reconocer que mucho también hay de eso. La ciencia que me interesa divulgar es una donde sea la búsqueda de respuestas contextuales las que apasionen a las mentes inquietas y curiosas por cambiar el mundo y la manera de interpretarlo. Tengo la convicción que acercando la investigación científica a un amplio espectro de una ciudadanía cada día más empoderada con el acceso a la información y educación es que podremos evidenciar las fallas que existen en los procederes científicos y en la valoración que ésta tiene para el país. Porque la igualdad entre nosotrxs no es el fin, la igualdad es el punto de partida." [7]

Manuais de Reparação e Sons Cósmicos

"Auto edição para curar o universo inteiro."

Manuais de Reparação e Sons Cósmicos será uma exposição no CED, Centro de Estudos do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona de 25 de Novembro de 2021 até Maio de 2022.

"Repair Manuals and Cosmic Sounds is an expanded exhibition which, in certain ways, looks at the collective and experimental self-publishing of the past, addressing the urgent issues of the present centered around the self-management of resources and the climate emergency. (...) All these historical references have had a more or less conscious impact on contemporary culture and environmental movements that, through science, activism, creation and thought, are confronting the ecological crisis. They promote a necessary alliance between species; an ecofeminism capable of healing the wounds inflicted on the planet and its inhabitants by patriarchal capitalism. These movements continue to draw on the dynamic and viral character of the publications in their physicality of light and resistant structures – such as Fuller’s Dymaxion and the geodesic domes – to the resilience of the book and the record as sensual objects in a world of obsolescence and virtuality." [8]

Incisões

Lista não extensiva de Performances e Incisões no espaço público por Joana Moher:

2021

Exposição coletiva: 'Manuales de reparaciones y sonidos cósmicos' , participation with Fome Bruta Sonoplastia Grafica Tapes and Zines, Museu de Arte Contemporanea, MACBA, Barcelona [1]


Projeção: CARBONO no Bideodromo international experimental film and video festival , Bilbao,Centro de Producción Artística BilbaoArte [2]



Improvisación con Jorge Rocha, Encuentros Espacio y Tiempo, Gracias Territorio Sonoro, Barcelona. [3]


2020

BINNAR International Art Festival, colectivo FREE/DOOM na Galeria Casa Museu Soledad Malvar, Famalicão, Portugal [4]


FABULAS ESPECULATIVAS.Loop - series of mini audiovisual collages for TV channel 180.pt


MIMI RECORDS release of ALBUM ANTROPOCENO AUTO-INFLIGIDO https://mimirecords.bandcamp.com/album/antropoceno-auto-infligido



Loading Fest , video festival , Universidad de Belas Artes do Porto, (Porto, Portugal) [5]


2019

Performance for Nostromo 1999, at Desterro, Lisboa, Portugal


Audiovisual Fort Perestino's Cinema, at Crack Festival, Rome, Italy


Performance for Despidida de la Balena del Prat, by Cachichi at Hangar.org, Poble Nou, Barcelona


Performance: Tudanzas, Capillas del Convent Sant Agusti, Ciutat Vella, Barcelona


Audiovisual: Noise against Misogyny, DIY Dinamo Espai, Nou Barris, Barcelona - interview for Sonic Anarchy Zine at dinamoespai.info

2018

Performance: Noc Noc, Museu Nacional Alberto Sampaio, Guimarães, Portugal


Live at Parva , Porto, Portugal


Performance para el DIA MUNDIAL DE LA ESCUCHA propuesta del World Listening Project de Canada y gestionado por el Grup d’Exploracions de l’Entorn Sonor (G.E.E.S.), en el Convento Sant Agusti, Barcelona. [6]


Performance at Magia Roja, con live radio transmission para la radio TESLAFAM.NET Barcelona


Video installation for a femme collective project called “Noise against Misogyny” curated by Jessica Espinosa at the K-TOWN HARDCORE FEST, "UNGDOMSHUSET", Copenhagen


Performance Sonoplastica y Visual, XI Mostra Sonora i Visual, Convento Sant Agusti, Barcelona


Happening; Materic.org L’Hospitalet del Llobregat, Barcelona [7]


Residencia Multidisciplinar Espai: instalación sonora y visual + incisión textil/pantallas + cltothing/objeto para la Performer + Taller Obert Participativo para la comunidad en Materic.org, L’Hospitalet del Llobregat, Barcelona



Performance at Barcelona Visual Sound BVS18, Espai Jove Boca Nord, Barcelona


2017

Performance at Purga Sesh – Experimental Noise Fest, Projectil, Braga, Portugal https://www.youtube.com/watch?v=rf52SS0VEYM


Live act - Radiofonía e intervención textil at Bienal Aguja y Hilo, Fabrica de Criació Fabra i Coats, Barcelona https://soundcloud.com/a-bruta/bienal-de-aguja-y-hilo-miss-anthropic-feat-lu



Performance at Studio 1 Mujer de Maria Vernet, Hospitalet del Llobregat, Barcelona

Citações:

  1. "ENCONTRES EN L'ESPAI-TEMPS: JORGE DA ROCHA & JOANA MOHER". LEM FESTIVAL. 2021-06-15. Retrieved 2021-10-04.

  2. "FOME BRUTA". FOME BRUTA. Retrieved 2021-10-04.

  3. BRUIT [IM]PULSE, by Joana Moher". FOME BRUTA. Retrieved 2021-10-04.

  4. "A MATA BICHO, by Joana Moher". FOME BRUTA. Retrieved 2021-10-04.

  5. "MATERIC.ORG | taller de fermentaciones, biomateriales e hidrocuerpxs con AOUCH.Lab //" (in Spanish). Retrieved 2021-10-04.

  6. "MATERIC.ORG | taller de fermentaciones, biomateriales e hidrocuerpxs con AOUCH.Lab //" (in Spanish). Retrieved 2021-10-04.

  7. Glândulas Syntax. SALIVA ZINE #1.

  8. "Exhibition - Repair Manuals and Cosmic Sounds | MACBA Museum of Contemporary Art of Barcelona". www.macba.cat. Retrieved 2021-10-04.